Xavier Barreto explicou que a atual resposta sazonal para doentes agudos não urgentes é insuficiente e precisa ser transformada numa solução permanente, sublinhando que, sem uma porta de entrada nos Cuidados de Saúde Primários, os doentes não urgentes acabam por se dirigir às urgências hospitalares, muitas vezes a única alternativa disponível.
O dirigente destacou ainda a necessidade de equipar os centros de saúde com imagiologia e análises clínicas para assegurar diagnósticos eficazes e a resolução das situações dos doentes. Para Xavier Barreto, os centros de saúde não devem ser apenas pontos de triagem, mas locais onde os doentes tenham acesso aos meios necessários para o seu diagnóstico e tratamento.
O presidente da APAH reconheceu que mudar os hábitos no acesso à saúde é um processo demorado, mas alertou que uma abordagem sazonal não é suficiente para gerar mudanças duradouras. Explicou ainda que “se durante o inverno os doentes forem encaminhados para os centros de saúde e, mais tarde, em março, se os encaminharem para os hospitais, isso poderá criar confusão”.
Xavier Barreto ainda lembrou que as reformas implementadas para desbloquear as urgências hospitalares, como o acesso referenciado e os centros de atendimento clínico, precisam de tempo para mostrar resultados, apontando que mudanças nos hábitos de consumo de saúde, criados ao longo de décadas, não se alteram em dois meses.
Em última análise, a proposta da APAH visa integrar de forma mais robusta os cuidados de saúde primários no sistema de saúde, reforçando sua capacidade de resposta e contribuindo para uma gestão mais eficiente do Sistema Nacional de Saúde (SNS).